A parvovirose é uma doença gastrointestinal aguda, altamente contagiosa e infeciosa,
que afeta predominantemente cães jovens e não vacinados.

Qualquer raça pode ser afetada, embora determinadas raças (Doberman Pinscher,
Rottweillers, Pastores Alemães, Labradores, etc.) tenham maior probabilidade de
desenvolver a doença.

A transmissão ocorre pelo contacto com fezes e/ou materiais contaminados com o
vírus (parvovírus). Trata-se de um vírus resistente que pode sobreviver bastante tempo
no meio ambiente. Este multiplica-se no trato intestinal do animal infetado e vai sendo
libertado nas fezes. Desta forma, há uma contaminação do ambiente onde o animal
está, podendo passar-se a outros cães que circulem nesses locais.

O período de incubação (tempo desde o contacto do animal com o vírus até ao
aparecimento dos sintomas) é muito variável, sendo cerca de 4 a 15 dias.

Os primeiros sintomas a aparecer são pouco específicos, sendo na maioria dos casos
apatia/ depressão (ficam muito parados) e anorexia (falta de apetite).

No entanto, em pouco tempo (progressão normalmente rápida) o quadro clínico
evolui e apresentam emagrecimento súbito, vómitos e diarreia hemorrágica (com
sangue).

Estes sintomas desencadeiam desidratação e hipotermia, podendo em casos mais
graves levar à morte. Na maioria dos casos observa-se uma leucopenia acentuada
(diminuição das defesas do organismo).

A suspeita de parvovirose é baseada nos sinais clínicos apresentados pelo animal,
idade do mesmo, resultados analíticos e esquema de vacinação (ou ausência deste).

Para confirmação, pode realizar-se um teste rápido utilizando uma amostra de fezes,
que permite a deteção de antigénios em apenas 20 minutos.

Uma vez que infelizmente não existe nenhum medicamento que permita matar o vírus
que causa a doença, o tratamento é essencialmente sintomático.

Como os animais têm vómitos e diarreias frequentes, associados a uma diminuição do
apetite, há uma enorme perda de líquidos que não é compensada, levando a quadros
de desidratação graves. Por este motivo, o internamento é essencial uma vez que
colocar o animal a soro (fluidoterapia endovenosa) é fundamental para uma melhor
recuperação.

Além disso, qualquer medicação oral torna-se ineficaz, uma vez que tudo o que o
animal ingere sai pelo vómito. A medicação deve ser administrada por via injetável, até
que o animal esteja estabilizado e se consigam controlar os vómitos.

A duração do tratamento varia de caso para caso, mas normalmente vêem-se
melhorias 3 a 5 dias após iniciar a medicação. No entanto, existem animais que
necessitam de um internamento mais prolongado e, por todas as complicações já
referidas, também há casos em que apesar de todo o tratamento não é possível salvar
o animal.

Está provado, que animais que não sejam internados têm uma elevada taxa de
mortalidade. Mas, apesar da gravidade, o diagnóstico e tratamento precoces
permitem aumentar a taxa de sucesso no combate a esta virose.

A melhor forma de proteger o seu animal é iniciar o plano vacinal precocemente. O
plano vacinal ideal varia consoante cada caso especifico mas, de forma generalizada,
devemos iniciar a imunização dos cachorros, por volta das 6 semanas e ir fazendo
revacinações sucessivas (a cada 3-4 semanas) até o animal perfazer as 16 semanas de
idade. Depois desta fase inicial (primovacinação) os reforços para a parvovirose devem
ser efetuados a cada 3 anos.

Cachorros de mães vacinadas têm alguma imunidade nas primeiras semanas de vida,
que lhes foi transmitida pelo leite materno, mas após esse período também
necessitam vacinação para criar novas defesas.

Como existem vários animais que embora sejam portadores não têm sintomas é
essencial ter cuidados adicionais com os cachorros, até o protocolo vacinal inicial estar
completo, evitando passeios sem vigilância e acesso a locais onde se possam
contaminar, principalmente jardins públicos/ locais com grande afluência de pessoas e
animais.

Cuide da sua fera!